Mas, segundo o diário francês Le Monde, era exatamente essa a proposta de dois dos maiores acionistas do grupo -- o aristocrático Bernard Arnault, dono do conglomerado de luxo LVMH, e o americano Thomaz Barrack, controlador do fundo de private equity Colony Capital, que juntos detêm 13,5% de participação. Para o Le Monde, Arnault e Barrack estavam interessados em fazer caixa. Diante da revelação, o Carrefour calou-se por oito longos dias até publicar um desmentido de que suas operações brasileira e chinesa estariam à venda.
Segundo EXAME apurou, representantes de Arnault e Barrack continuam a conversar com a rede americana Walmart, a maior varejista do mundo, sobre a possibilidade de venda do Carrefour no Brasil e na China. "Eles querem que a transação seja concretizada até o final do ano", afirma um executivo próximo às negociações. (Procurados, Carrefour e Walmart se recusaram a dar entrevista.)
Embora não seja a primeira vez que o Carrefour ameace deixar o Brasil (em 2007, o então presidente mundial da rede, José Luis Durán, deu um ultimato público à operação local), isso nunca esteve tão perto de acontecer como agora. Executivos das duas empresas têm mantido conversas a respeito da venda da operação brasileira há pelo menos três meses -- tanto na sede do Carrefour como na do Walmart, em Bentonville, nos Estados Unidos.
Coube a Nuñez a responsabilidade de traçar os possíveis cenários para uma eventual união entre as duas operações no país, o que resultaria na criação de uma companhia com faturamento anual de cerca de 40 bilhões de reais, quase o dobro da receita do grupo Pão de Açúcar, que ficaria em segundo lugar no ranking. Nos últimos três meses, Nuñez viajou aos Estados Unidos duas vezes para tratar do assunto. O presidente do Carrefour no Brasil, o francês Jean-Marc Pueyo, não participou das conversas. O valor da transação está estimado em 12 bilhões de reais. "Eles não vão desistir tão cedo nem tão facilmente", afirma um executivo que acompanha as negociações.
A operação brasileira tem rentabilidade em torno de 5,5%, segundo executivos da própria rede -- abaixo dos 7,5% apresentados pelo Pão de Açúcar e aquém do exigido pelos principais acionistas do Carrefour. O resultado só não é pior graças ao Atacadão. Adquirida em 2007, a rede de varejo popular tem margens bem mais altas que a operação de hipermercados, responsável por quase metade da receita do grupo. "O Atacadão responde por cerca de 30% do resultado do Carrefour", diz Daniela Bretthauer, analista de varejo do banco Raymond James.
Dá-lhe Wal Mart,nós somos dez nós somos mil...
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