Foi anunciada ontem a marca das Olimpíadas Rio 2016, criada pelo escritório Tátil Desing de Ideias. Essa é a marca:
A criação foi da Agência Tátil, do Rio, selecionada entre oito finalistas. O processo durou cinco meses e na fase inicial teve a participação de 139 agências. Eu sinceramente prefiro a anterior que foi usada na candidatura do Rio as Olímpiadas:
Mas agora eu vejo o seguinte, 139 agências, processo que demorou 5 meses e etc.. Pra sair algo “original” daí eu lhe pergunto, as imagens abaixo são mera coincidência:
Não morri de amores pela logo, mas achei bem legal. Quanto a essa imagem (que alguém cheio de coisa pra fazer e com um réveillon MUITO AGITADO deve ter passado a madrugada fazendo), dá pra prestar um pouco mais de atenção pra ver que não faz sentido.
ResponderExcluirVamos por partes. Em primeiro lugar, a obra de Matisse (como qualquer outra das grandes obras de arte da história) é um símbolo fortíssimo no mundo todo e, por isso, serve e servirá de inspiração para inúmeras criações. Isso inclui o design, que, cabe lembrar, não é arte strictu sensu (isso é outra discussão). Portanto, entre a logomarca e a obra, há uma relação (muito bem vinda) de inspiração, não de plágio.
A marca do carnaval da Bahia (evento regional, cuja a marca eu nunca tinha visto na minha vida, assim como a maioria dos bilhões de habitantes do globo) plageia uma parte da logo da Ong, ok. Isso é um fato isolado.
O espertinho que fez a imagem coloca essas logos em "progressão", dando a ilusão de que ela foi evoluindo. Pura balela. A relação entre o quadro de Matisse é verdadeira pras outras duas imagens, mas não entre a segunda e a terceira. Por que? Explico.
Em primeiro lugar, a logo das olimpíadas, diferente da anterior, não possui contornos e é formada por uma única fita contínua, dando a ideia de união que ela pretende. A logo da Bahia/Telluride traz 4 elementos distintos. Resultado: temos apenas um "signo" na logo das olimpíadas e pelo menos 4 nas outras (a da Bahia ainda tem as letras e formas, aumentando esse número).
Em segundo lugar, existe uma clara associação entre a logo das olimpíadas e a banda de Moebius (põe no google), no sentido de uma superfície topológica e tridimensional. Essa ideia simplesmente inexiste nas outras logos e é, inclusive, motivo de elogio por parte do COI, já que nunca houve uma logo "tridimensional". A torção entre os braços das figuras verde e azul só evidencia essa característica, que ainda contém uma alusão ao símbolo de infinito (o oito deitado).
Finalmente, existe ainda a moldagem dessa figura para que ela lembra o Pão de Açúcar, associação direta ao Rio de Janeiro e, de novo, ausente nas outras duas. Aliás, essa também é a única de todas as imagens que não possui um fundo (sendo, portanto, vazada), enquanto todas as demais só fazem sentido com a imagem (ou cor) por trás. Parece bobagem, mas esse detalhe torna a nossa logo um "objeto", solto, independente, diferente das demais, que são claramente símbolos. É possível imaginar a logo das olimpíadas "esculpida", sem prejuízo para os entido original, enquanto as outras, se fossem feitas dessa forma, perderiam seu sentido.
Então assim, gente, vamos beber que dá mais certo, vai? Antes que algum cretino venha dizer que o Alpino Fast não tem gosto de Alpino ou que a Lady Gaga copia a Madonna, serião...
Ps.: Concordo com o Caso Curioso: a anterior era melhor..