O rombo contábil no Carrefour, que provocou a saída do antigo presidente, Jean Marc Pueyo, e de boa parte da diretoria em julho do ano passado, é muito maior do que o admitido pelo grupo até agora e deve atingir 1 bilhão de reais. Em agosto, a matriz do Carrefour, na França, reconheceu que seria necessário realizar ajustes contábeis de aproximadamente 180 milhões de reais. Em outubro, depois de várias negativas, reconheceu informação antecipada por Primeiro Lugar de que o prejuízo seria de aproximadamente 450 milhões de reais. Agora, com a auditoria interna chegando ao fim, a rede francesa se prepara para reconhecer perdas de aproximadamente 1 bilhão de reais, ou cerca de 425 milhões de euros.
A diferença é atribuída a ativos e produtos em estoque que foram lançados no balanço da empresa nos últimos cinco anos sem a devida depreciação. Até agora, o rombo era atribuído principalmente ao lançamento das promessas de bônus que não foram concretizadas.
O atual presidente, Luiz Fazzio, que substituiu Pueyo, terá três anos para colocar a casa em ordem e fazer o Carrefour voltar aos lucros sem maquiagens no balanço. Do contrário, a rede ameaça fechar suas operações no país.
Não bastassem as descobertas de prejuízos cada vez maiores em seus balanços, o Carrefour terá de lidar agora com uma baixa inesperada em sua equipe. O francês Christophe Guilaume Martin, enviado em julho pela matriz depois da descoberta do primeiro rombo em seus resultados para assumir a diretoria financeira, avisou que quer voltar para a França. Martin não se adaptou, tem dificuldade com o idioma e se sente inseguro. Para piorar, recentemente um assistente dele foi assaltado, o que teria sido a gota d’água. O nome mais cotado para substituí-lo é o de Marcos Oliveira, atual diretor financeiro do Atacadão.
O Carrefour nega a troca.
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