Primeiro, os indicados a melhor filme passam de cinco a 10. Depois, apertam as regras de melhor canção, restringem os Oscars honorários - um Thalberg ou um Hersholt e três honorários por ano - e retiram esses prêmios, escolhidos pela diretoria, da festa principal. Quem ganhar um desses agora será mencionado na noite de 7 de março, mas já terá sua estatueta em casa desde novembro. "Durante anos a Academia debateu-se entre o impulso de honrar o máximo possível de pessoas e manter-se dentro das limitações da transmissão pela TV", foi a explicação do Presidente Sid Ganis.
Em parte é verdade. É mais que a verdade: é a essência do dilema. A cada ano em que o Oscar se tornou, mais e mais, um especial de TV, ele teve que se sujeitar às regras e exigências de qualquer programa. E a principal delas é a audiência. O tombo dos últimos anos, salvo por pouco pouco este ano, vem causando sérias discussões dentro da Academia. A pressão pela criação de um evento mais dinâmico, com premiações mais capazes de empolgar o público tem se chocado com os tradicionais princípios da Academia de ser uma instituição guardiã do padrão de excelência da indústria.
Como em todas as instituições de longa vida, a Academia sempre teve sua ala conservadora e sua ala "moderna" - a quem devemos, por exemplo, o Oscar para longas de animação e o esforço para atrair novos integrantes que, este ano, rendeu 134 convites repletos de gente nascida fora dos EUA, jovem e vinda do cinema independente. A queda de audiência deu poder à ala moderna para pressionar por mudanças que há muito se faziam necessárias (embora os 10 indicados ao Oscar sejam um pouco demais da conta...).
Fiquem de olho: o próximo alvo será o Oscar de Filme Estrangeiro. Vêm mudanças importantes por ali...
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